conselho de leitura: não tente entender.
eu troquei de personagem mas minha essência continua a mesma. eu fui pega no flagra mas minha marra mal se abalou. eu achei que ser crítica era uma qualidade e quando vi, meus pés viraram pra trás. eu andei milhas contra a corrente lutando por uma verdade que não era real. sempre achei que o conhecimento afunilava nossos olhares, que assim, seríamos pessoas mais politizadas, mais respeitadas, mais inteligentes. eu vi meu rosto refletido e vi que o que eu mostrava era diferente do que eu realmente queria mostrar. eu vi riso e ri. eu vi choro e chorei. eu vi sonhos mas não me permiti sonhar. eu vi rumos e relutei. eu não queria buscar outra versão de mim. eu queria ser o que eu sou. queria ser a minha essência projetada no mundo. eu perdi o sono de ansiedade. eu perdi o foco. perdi a rima. eu encontrei um vazio que criei numa loucura mítica. eu fiz valer meu argumento e o engoli ao constatar que ele nunca foi forte. agora sou intolerante e fria, embora emotiva e sensível. eu gosto de análises. gosto de analisar. mas odeio perder a voz, perder o fio da meada, perder a força. quero continuar a ser exigente, quero ser perfeccionista, quero ser lúcida, quero ser cruel mas comigo mesma.. e só eu posso decidir quando ser crítica e com quem.. não se pode contestar o que é incontestável. eu sou uma fagulha dos ancestrais. eu sou a opacidade de um centro.
gil- o heterônimo do meu pseudônimo